Quadri Jr: "Temos chances de ouro no Pan" |
Por Tadeu Matsunaga
Técnico da equipe paranaense DataRo, Hernandes Quadri Jr foi confirmado no comando da seleção brasileira a cerca de um mês. Ele chega com a missão de, pouco a pouco, renovar o elenco nacional, que esteve sob a supervisão do ex-ciclista Mauro Ribeiro desde a chegada de Jose Luiz Vasconcelos à presidência da CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo).
Aos 43 anos, ele terá a oportunidade de, quem sabe, alçar vôos mais altos ao ciclismo nacional, seja com a DataRo, que figura entre as melhores equipes no ranking America Tour, ou com a Seleção, que lutará por um ouro no Pan-Americano, algo visto pela última vez com Anésio Argenton , em 59.
Em entrevista ao Prólogo, Hernandes fala sobre as perspectivas para o Campeonato Mundial e o Pan-Americano de Guadalajara, explica o critério para escolher os atletas que vão representar o Brasil nas competições e celebra a oportunidade de criar uma nova era no ciclismo nacional.
Prólogo: Como foi o processo de seleção para o Pan?
Hernandes Quadri: Foi um processo totalmente democrático, sem proteção alguma aos meus atletas na DataRo. Foram escolhidos aqueles que, no momento, apresentam as melhores condições para defender a Seleção. O Gregory Panizo não poderia ficar de fora. É bicampeão da Volta de São Paulo, campeão nos Jogos Pan-Americanos. Murilo Fischer tem um calendário repleto de provas, assim como o Rafael Andriato que tem andado muito bem. É um critério justo.
P: Antes do Pan teremos o Mundial. A equipe foi definida?
H.Q: Não. O Mundial é no final de setembro, mas as coisas ainda estão indefinidas. O grupo não está totalmente fechado. O Fischer tem condições de desempenhar um bom papel por lá. E a tendência é essa, já que teremos mais de um representante e não apenas um como em 2010. Óbvio que não vou afirmar que irá conquistar um local no pódio. O Mundial é uma clássica.
P: E o Pan?
H.Q: Estamos concentrados e acredito que as chances de medalha são grandes. E medalha de ouro. A tendência é que levemos o Fischer, Andriato e o Panizo. O percurso favorece os velocistas, mas o próprio Gregory, se estiver em uma fuga, pode fazer bonito. Ele é muito aguerrido e pode levar a melhor sobre os adversários. Mas temos chances de medalha, sem dúvida.
P: O Panizo tem um histórico na Volta de SP. O calendário não vai permitir sua presença na prova deste ano. Houve uma tentativa de mudar a data da competição?
H.Q: O ideal era competirmos antes em São Paulo e depois irmos para o Pan. Talvez uma semana antes fosse o ideal e depois viajaríamos, mas é muito difícil ocorrer uma alteração. O calendário UCI é definido no início da temporada e depois, para alterar, existem alguns impasses. Tem que pagar multa e tudo mais. Tivemos um bom primeiro semestre, mas vamos sofrer com essa escassez na segunda parte da temporada. É algo que prejudica os planos. Não são todos os atletas que andam o ano inteiro.
P: Como surgiu o convite para dirigir a Seleção?
H.Q: O Vasconcelos fez o convite, mas tinha a questão da equipe DataRo. Tenho uma história competindo pelo Brasil, participei das Olimpíadas de Barcelona e Atlanta. Sei o que é e como é representar o País em provas deste porte. Foi uma grande oportunidade. Acho que é uma grande experiência para mim. Se não conseguir conciliar ambas, terei que largar uma ou outra. Mas vamos ver como as coisas se desenvolvem. O Bernardinho comanda o time feminino do Rexona e a Seleção. Espero ter condições de fazer o mesmo.
P: Sua primeira experiência foi no circuito olímpico. O que pode avaliar em Londres?
H.Q: É um circuito muito duro, com os 70 primeiros quilômetros no plano na estrada, mas depois existe uma subida de 2.5km, que deve selecionar parte do pelotão nos Jogos Olímpicos. Tivemos um desempenho satisfatório, mas muitas equipes estavam desfalcadas, sem seus principais atletas. Serão muitas equipes boas. O feedback mostrou que o que realmente falta é ritmo de competição e precisamos buscar isso.
Fonte: Prologo
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